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O que é TIR (Taxa Interna de Retorno)?

A TIR, a Taxa Interna de Retorno de um empreendimento, é uma medida relativa – expressa em percentual – que demonstra o quanto rende um projeto de investimento, considerando a mesma periodicidade dos fluxos de caixa do projeto.

A TIR é a taxa que zera o VPL e vem do inglês Internal Rate of Return – IRR. É um método de análise de investimentos e engenharia econômica muito utilizado. Porém, para entender em detalhes o que é TIR (Taxa Interna de Retorno) é preciso ter em mente que alguns cuidados são necessários, os quais serão explicados em detalhes a seguir.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR, abreviação de Taxa Interna de Retorno, é um método muito utilizado na análise de viabilidade econômica de projetos de investimentos devido a facilidade de interpretar o seu resultado: um percentual de rentabilidade do projeto que está sendo analisado.

É importante lembrar que a TIR não deve ser confundida com outras taxas de retorno, indicadores de rentabilidade ou com algum tipo de margem de lucro de uma empresa. Cada indicador possui seu próprio conceito e aplicação.

Veja um exemplo da TIR: se a taxa interna de retorno (TIR) de um projeto é de 15% e os fluxos de caixa são anuais, então significa que este projeto irá gerar um retorno anual de 15%.

Como analisar se a TIR de um projeto é boa? Para interpretar o resultado da taxa interna de retorno é preciso fazer uma comparação com a TMA — taxa mínima de atratividade. A TMA representa o percentual mínimo de retorno que um projeto deve gerar para ser aceito.

Na pessoa física, a TMA poderia ser a rentabilidade gerada por um investimento de baixo risco, como uma aplicação em Tesouro SELIC (antiga LFT), por exemplo.

Já para empresas, a TMA costuma ser o custo de capital, ou seja, o custo de a empresa ter recursos próprios e de terceiros em suas mãos.

Qual é a fórmula da TIR?

Matematicamente, esta a taxa interna de retorno (TIR) pode ser encontrada igualando a equação do VPL à zero e resolvendo a seguinte expressão:

    \[0 = FC_0 + \frac{FC_1}{(1+TIR)^1} + \frac{FC_2}{(1+TIR)^2} + \dots + \frac{FC_n}{(1+TIR)^n}\]

Simplificando, a equação pode ser reescrita em termos gerais da seguinte forma:

    \[0 = \sum_{ n=0 }^{ N }{ \frac{FC_n}{(1+TIR)^n} }\]

Em termos práticos, a TIR fica difícil de ser calculada manualmente, principalmente quando o número de períodos (n) do projeto começa a aumentar.

Isso ocorre porque sua resolução gera a necessidade de resolver equações polinomiais. Como a TIR não possui uma fórmula algébrica para ser calculada diretamente, ela pode ser encontrada por meio de tentativa e erro, tanto manualmente, quanto por algoritmos computacionais.

Até n=2, ou seja, dois períodos, ainda é relativamente tranquilo de resolver a equação da TIR, pois como resultado teremos uma equação de segundo grau, que pode ser resolvida pela famosa “fórmula de Bhaskara”.

Como calcular a TIR na HP12c?

Quando o grau dos polinômios ultrapassa 3 (n > 3), então a solução mais usual passa ser utilizar softwares (Excel, Calc, R, Matlab, etc) ou calculadoras financeiras — a mais famosa é a Hp12c!

Veja uma explicação em vídeo sobre como calcular a TIR e o VPL pelo calculadora financeira Hp12c:

Exemplo de cálculo da TIR

Aqui consideramos um fluxo de caixa já utilizado em outro artigo do blog (veja: “O que é VPL?“).

A seguir é apresentada uma tabela com a TIR calculada para os dois projetos de investimentos em questão. Também é apresentado o VPL dos projetos, considerando uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 10%.

n FC(A) FC(B)
0 -1500 -1500
1 150 150
2 1350 300
3 150 450
4 -80 600
5 -50 1875
VPL R$(220,92) R$796,42
TIR 0,74% 22,79%

Na tabela, ao compararmos os dois projetos e considerarmos uma TMA de 10%, então o projeto B deveria ser escolhido, pois sua TIR é superior à TMA!

Como calcular a TIR no Excel?

Para calcular a TIR no Excel basta usar a função =TIR(), definindo os parâmetros: intervalos de valores dos fluxos de caixa, incluindo o investimento inicial (FC0); e uma estimativa em percentual, que é uma parâmetro opcional para auxiliar o algoritmo a encontrar o valor correto.

Veja na imagem a seguir com um exemplo como é simples calcular a TIR no Excel:

como_calcular_a_tir_no_excel_google_planilhas

Se quiser replicar o cálculo da imagem, o gabarito é TIR = 21,33%.

Agora, para gabaritar no assunto de calcular a TIR no Excel e também em qualquer outro software de planilha eletrônica – como Google Planilhas (sheets), Calc, Open Office, BR Office e etc, é importante compreender os seguintes pontos:

  • o parâmetro “estimativa” da função TIR no Excel é importante de ser preenchido especialmente para casos de fluxos de caixa não convencionais (que possuem mais de uma mudança de sinal);
  • em alguns softwares de planilhas eletrônicas ou na versão em inglês do Microsoft Excel a função da TIR será =IRR(), representando o termo TIR em inglês “Internal Rate of Return”.

Que tal conferir uma planilha excelente para fazer não somente o cálculo da TIR no Excel, mas todo um estudo detalhado de viabilidade econômica? Baixe a planilha aqui!

Como assim, a TIR zera o VPL?

A TIR é a taxa de desconto que zera o valor presente líquido dos fluxos de caixa de um projeto, ou seja, faz com que todas as entradas igualem todas as saídas de caixa do empreendimento.

O que é TIR?

No gráfico acima, o eixo “NPV” representa o valor presente líquido (Net Present Value, em inglês); já o eixo “i%” representa a TMA — a taxa de desconto utilizada no cálculo do VPL. Portanto, teremos a TIR quando o VPL (ou NPV) cruzar a linha que representa VPL=0. O gráfico utiliza os fluxos de caixa do Projeto B do exemplo anterior.

Vantagens da taxa interna de retorno (TIR)

  • Considera o valor do dinheiro no tempo.
  • É fácil para comparar projetos de investimentos, pois leva em conta a escala e a vida dos projetos, devido ao seu caráter relativo (resultado expresso em percentual) e não absoluto, como o VPL.

Desvantagens da taxa interna de retorno (TIR)

  • Pressupõe a reinversão dos valores (ou o reinvestimento dos fluxos de caixa, em outras palavras) à própria TIR (resultando em taxas “sub” ou superestimadas).
  • Pode haver múltiplas taxas de retorno, ou mesmo não ter solução, dependendo do fluxo de caixa do projeto.
  • Não é recomendada em situações de projetos com fluxo de caixa não convencional.

Para resolver estas três desvantagens da TIR existe outro método chamado de TIRM, a Taxa Interna de Retorno Modificada.

A TIRM é um método cuja interpretação é igual a da TIR convencional. Porém, ela possibilita trabalhar com taxas de desconto diferentes para fluxos de caixa positivos e fluxos de caixa negativos.

A abordagem da TIRM sobre a TIR tradicional resolve o problema da premissa de reinvestimento dos fluxos à própria TIR.

A TIRM resolve também a forma como ela é calculada e viabiliza a utilização em fluxos de caixa não convencionais (que possuem mais de uma variação de sinal). Veja mais neste artigo.

Conclusão: o que é TIR?

Este artigo mostrou em detalhes o que é TIR: a taxa interna de retorno de um projeto de investimento. A TIR tem como seu maior problema o fato de supor que os fluxos de caixa são reinvestidos na própria TIR, o que dificilmente ocorrerá na prática. Mas é um método muito utilizado na prática, pois possui fácil interpretação e, apesar das dificuldades de calculá-la manualmente, ela é facilmente calculada em softwares de planilhas eletrônicas, pacotes estatísticas e calculadoras financeiras.

40 comentários em “O que é TIR (Taxa Interna de Retorno)?”

  1. Olá, amigo. GOstei do site. Parabéns.

    Pode me ajudar com duas questôes?

    36
    Um profissional analisou a viabilidade econômico-financeira de um projeto de investimento em negócio habitual da empresa onde trabalha e encontrou um Valor Presente Líquido (VPL) maior que zero. Tal projeto exige um investimento inicial que se espera ser suficiente para gerar à empresa apenas fluxos de caixa líquidos positivos ao longo dos próximos cinco anos, vida útil do projeto. Sabendo-se que TIR = Taxa Interna de Retorno do projeto; CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital da empresa; e Payback = tempo de retorno exato, nominal ou descontado, do capital investido no projeto, verifica-se que esse projeto apresenta:

    (A) TIR > CMPC; e Payback menor que a vida útil do projeto
    (B) TIR > CMPC; e Payback maior que a vida útil do projeto
    (C) TIR < CMPC; e Payback igual à vida útil do projeto
    (D) TIR < CMPC; e Payback menor que a vida útil do projeto
    (E) TIR TIR de Y. Sabendo-se que VPL significa Valor Presente Líquido do projeto e Payback significa tempo de retorno exato, nominal ou descontado, do capital investido no projeto, o profissional concluiu corretamente que:

    (A) VPL X > VPL Y, logo, deve escolher o projeto X.
    (B) Payback X > Payback Y, logo, deve escolher o projeto Y.
    (C) VPL de cada projeto deve ser calculado para se tomar a decisão.
    (D) VPL Y > VPL X, logo, deve escolher o projeto Y.
    (E) Payback Y > Payback X, logo, deve escolher o projeto X

    Obrigado. 🙂

    1. Olá Bruno! Obrigado pelo feedback. Eu vou de letra “A”.
      Comentários: parece que a questão fala em “fluxos de caixa líquidos positivos” ao longo do projeto para garantir que o cálculo da TIR funcionará bem (ela pode apresentar erros quando vc tem fluxos negativos e positivos oscilando durante o projeto). Por premissa suponho que o cálculo do VPL nesse caso utilizará como TMA o CMPC (o que é de fato usual). Sendo assim, com o VPL positivo teremos uma TIR positiva e maior que o CMPC neste caso. Além disso, o VPL não seria positivo se o payback não ocorresse no prazo de execução do projeto. Depois manda o gabarito aqui! Abraços!

  2. Olá, a minha dúvida é bem simples, mas ao mesmo tempo não consigo entender. Por exemplo, TIR=22%, esse valor “22%” quer dizer exatamente o que, em português mais claro, é um percentual sobre qual valor?

    1. Olá Clau.

      Em poucas palavras:
      A Taxa Interna de Retorno é uma forma de mensurar o retorno de um investimento em potencial que a empresa está analisando. A TIR é expressa na mesma periodicidade do fluxo de caixa, ou seja, se os fluxos são anuais, então ela é anual.

      Em mais detalhes:
      Nesse seu exemplo, se os fluxos fossem anuais também, então seu projeto geraria um retorno anual de 22%. Você vai comparar essa taxa com a TMA (Taxa Mínima de Atratividade). Se a TMA da empresa for igual a SELIC por exemplo (para simplificar), e a SELIC for de 6% ao ano, então o projeto seria viável nessa comparação (22% é maior que 6%). Claro que na prática a empresa vai precisar de projetos bem melhores que a SELIC, caso contrário mais valeria manter os recursos em investimentos financeiros. O que acho que o pessoal confunde da TIR com a “rentabilidade” do projeto (ou ROI), é que a rentabilidade vai considerar o período do projeto como um todo, e nem sempre o pessoal considera o valor do dinheiro no tempo nos cálculos, algo que a TIR tira de letra! Porém, por questões de problemas matemáticos que envolvem o cálculo da TIR, prefira a TIRM, que falo aqui no blog tb.
      https://cienciaenegocios.com/o-que-e-tirm-taxa-interna-de-retorno-modificada/
      Abraços!

  3. Boa tarde Wlademir.
    Qual a diferença prática entre o resultado da TIR e o resultado da RENTABILIDADE, já que ambos possuem fórmulas e resultados diferentes, embora utilize os mesmos parâmetros de lucros e investimentos? Como faço essa leitura para a tomada de decisões empresariais?

    1. Olá Antonio! Assim, para garantir que estamos falando a mesma “língua”, qualquer coisa você deixa aqui seu entendimento sobre os 2 termos. Mas vai lá a forma como eu compreendo: Rentabilidade de um projeto engloba todo o período. Um exemplo: um projeto com investimento inicial de 10.000 gera uma rentabilidade de 20% se o valor final for 12.000, mas isso pode ter ocorrido em um mês, 5 anos, ou 10 anos. O que a TIR faz (e já ressalto aqui que preferencialmente seja usada a TIRM), é ser um método que mostra uma taxa de retorno que contempla uma determinada periodicidade. Por exemplo: se os fluxos de caixa de um projeto são mensais, então a TIR e a TIRM representam taxas de retorno mensais. Abs!

  4. Adrielson Santos da Silva

    Estou em duvida nessa questão :
    A Taxa Interna de Retorno (TIR) é um indicador de análise econômico-financeira de investimentos muito utilizado na seleção de projetos e representa o quanto o projeto está tendo de rentabilidade, dado o seu custo de implantação. Sobre a TIR, assinale a alternativa correta:

    Escolha uma:
    a. A TIR pode ser definida também como o valor extra gerado pelo projeto, após o pagamento do investimento.
    b. A TIR pode ser definida também como o valor extra gerado pelo projeto, após o pagamento do investimento e a remuneração do investidor por um TMA (taxa mínima de atratividade).
    c. O projeto é considerado viável quando a TIR for menor que a TMA.
    d. A TIR é encontrada quando o Valor Presente Líquido é igual a zero, sendo também definido como a taxa que zera o VPL.

    1. Olá Adrielson. Obrigado pelo comentário. A resposta correta é a letra D. A letra b está mais próxima da definição de VPL. Lembre-se que a TIR não é um “valor” monetário, mas uma taxa que indica a rentabilidade percentual de um projeto a cada período. Abraços!

  5. Amigo, me esclareça uma duvida sobre a TIR.
    O que o valor da TIR me mostra?
    Por exemplo, em um fluxo de caixa onde a TIR é de 2% sobre uma TMA de 1%. Isso significa que o investimento é 2% mais rentavel que a TMA?

    1. Olá Neto. Significa que a TIR é 1% (2-1) mais rentável que a TMA. A TIR é independente da TMA no seu cálculo, mas a TMA é utilizada para fins de comparação e para que seja decidido se um projeto de investimento deve ser aceito ou não. Ou seja, em teoria para um projeto ser aceito ele deve ter TIR superior à TMA. Abs!

  6. Olá!

    Pode me auxiliar nessa questão?

    O gerente da PLD Consultores defende a aprovação de projeto A que prevê investimento inicial de 2 milhões e apresenta uma TIR de 21% a.a. O grupo de analista defende o projeto Z que necessita de investimento inicial de 50% maior e apresenta uma TIR de 18% a.a. Sabendo que a empresa tem disponível o valor de 3 milhões para investir nesse tipo de projeto, o gerente esta:

    a) Certo, pois o seu projeto exige um investimento menor
    b) Errado, pois o outro projeto também é interessante
    c) Certo, pois a TIR do seu projeto é maior
    d) Errado, pois a TIR do outro projeto é menor

    1. Olá Oliveira, obrigado pelo comentário. Não me arrisco a dar uma reposta pelas opções apresentadas porque acho que nenhuma delas faz total sentido. Não vai existir certo ou errado nesse caso. O grande ponto é que existem 2 investimentos: um que contempla investir todos os recursos que a empresa possui (pjto B) para este fim e outro que utilizará 2 milhões (pjto A), sendo que 1 milhão ficará sobrando. Para dizer se o projeto A é melhor (apesar de sua TIR ser superior), ainda teríamos que considerar a TMA, para supor que o 1 milhão restante ficaria aplicado à TMA. Se o 1 milhão que sobraria do projeto A ficasse sem ser investido, aí sim seria mais interessante o projeto B, que aplica todos os recursos que a empresa tem a disposição. Mas é uma decisão subjetiva e de gestão, não existe exatamente um “certo” ou “errado” neste caso específico, concorda? Se tiveres o gabarito por favor divulga aqui no blog. Grato. Abraços!

  7. Com calcular?
    Taxa Interna de Retorno – Ao aplicar R$ 560,00 um investidor resgatou R$ 300,00 em 30 dias e R$ 320,00 no fim de 2 meses. Qual a taxa composta mensal?

    1. Olá Leonardo. É 6,98% a TIR desse projeto. Como utilizei fluxos mensais neste cálculo posso também dizer que a reposta é a taxa composta mensal. Resolvi no Excel rapidinho. Mas nesse caso ainda dá pra fazer na mão, vamos lá:

      Partindo da equação do VPL:
      0 = -560 + 300/(1+TIR)^1 + 320/(1+TIR)^2

      Multiplicando tudo por -(1+TIR)^2:
      560(1+TIR)^2 – 300(1+TIR) – 320 = 0

      Chamando (1+TIR) de “x” e dividindo por 100 pra facilitar:
      5,6x^2 – 3x – 3,2 = 0

      x = [3 +- sqrt(9-4*5,6*-3,2)]/(2*5,6)
      x = 11,98/11,2 = 1,0698 = (1+TIR)

      Logo, TIR = 6,98%

      1. Caro Wlademir
        Boa tarde!

        A afirmativa acima sobre a TIR ser o mesmo que taxa composta Mensal, acredito ser um equívoco, pois, a taxa composta para este trabalho seria a seguinte:

        5,22%

        Aplicação:
        560,00 chs pv
        2 n
        300+320 = 620 pv
        i => 5,22% no período.

        Att.,

        1. Olá Edcley. O que vc não pode fazer é somar 300 com 320 nesses caso, pois estão em momentos de tempo diferentes. Se fôssemos fazer o cálculo pelo caminho que você seguiu, primeiro teríamos que levar o R$ 300 para o período 2, mas como não sei a taxa (pois eh o que quero descobrir), então não teria como fazer. O que fiz agora como uma “prova real” foi levar o R$ 300 do período 1 ao período 2 pela própria TIR. Aí calculei a taxa composta com apenas dois fluxos e encontrei, conforme figura a seguir. Resumindo, a solução que apresentei antes estava correta. Concorda? Abs!

          https://uploads.disquscdn.com/images/77c96b495219fe2554a12f49240c3143ae2f96d15eacf9b1e2dc6ee6782e5411.png

      1. Nem sabia que já tinha estado aqui, e não recebi seu comentário antes. Pois é, assim no geral, depois de “A TIR” já não entendi nada.

        1. Edy, te passo aqui alguns outros links que falo a respeito do assunto, e também o link de um curso online que tenho sobre engenharia econômica, com aplicações da TIR e outros métodos com exemplos práticos e solução na Hp12c e Excel:
          https://cienciaenegocios.com/engenharia-economica-payback-valor-presente-liquido-vpl-e-taxa-interna-de-retorno-tir/
          https://cienciaenegocios.com/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-de-um-projeto-de-investimento/
          https://cienciaenegocios.com/curso-de-engenharia-economica-analise-de-investimentos-online/

          De livro eu recomendo “Análise de investimentos” do professor Casarotto.
          Qualquer dúvida fico à disposição! Abs.

        2. Edy, estou de Passagem mais deixo minha contribuição:

          Calculando a Tir na Calculadora Financeira você fará a seguinte situação:

          560 CHS g cfo => que é a saída de dinheiro, ou seja, o investimento inicial
          300 g cfj => ganho no primeiro mês
          1 G NJ => Período (1 mês)
          320 g cfj => Ganho no segundo mês
          1 g nj => período (2 mês)
          f IRR = 6,98%

          Edcley Viana
          Administrador e Especialista em Finanças
          9.97700519

  8. Wlademir, boa tarde.
    Tenho uma dúvida. No cálculo da TIR, o valor do capital inicial investido é considerado negativo e o fluxo de caixa gerado é considerado positivo. Minha dúvida é como devo tratar o capital investido quando, além do capital inicial, tenho novos aportes de capital durante o desenvolvimento do projeto? Eles também devem ser considerados negativos? ou devo traze-los a valor presente e somar com o capital inicial?
    muito obrigado.
    Neudo

    1. Neudo, boa tarde. Quando você possui novos investimentos ao longo do projeto, que fazem com que o fluxo de caixa se torne não convencional (mais de uma mudança de sinal nos fluxos), então a TIR não deve ser utilizada. Isso ocorre porque o método de cálculo da TIR pode gerar mais de uma resposta. Essa é uma das principais limitações da TIR. Para esses casos o recomendado é você trabalhar com a TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada. A TIRM faz justamente isso que você mencionou: ela traz os fluxos negativos a valor presente e leva todos os fluxos positivos para valor futuro, o que transforma um fluxo de caixa não convencional em convencional (apenas uma mudança de sinal). Tenho um artigo sobre a TIRM também, dá uma olhada: https://cienciaenegocios.com/o-que-e-tirm-taxa-interna-de-retorno-modificada/

  9. Olha se está correto eu dizer: Captamos o dinheiro a 10% ao ano, dinheiro próprio e de terceiros considerando o custo de 10%. Vamos aplicar em um projeto com retorno de 22,79% planejado que é a (TIR); portanto esse projeto cobrirá o custo do capital de terceiros – pois, quem empresta, empresta a um custo (juros e correção) – ocorre que ainda pagando todo esse investimento inicial teremos uma sobra ou excedente no retorno, visualmente mais do que o dobro. O VPL desse projeto é o maior encontrado o que indica que esse projeto é atrativo. Essa explicação me convence, entretanto não encontrei alguém que explique o que isso tem a haver com igualar o VPL a zero. Eu sei que a formula da TIR é VPL = ZERO = TIR, mas como explicar isso?

    1. Olá Ernani! Sobre seu questionamento, veja que o VPL considera em seu cálculo uma taxa de desconto (TMA). Essa taxa de desconto é que traz os fluxos de caixa para valor presente no VPL. Por outro lado, a TIR é a taxa que representa a rentabilidade do projeto (sem envolver nenhuma taxa de desconto em seu cálculo). Então, quando você utiliza a própria rentabilidade do projeto (TIR) como taxa de desconto no cálculo do VPL, o VPL será 0. Essa é a explicação. Se não ficar claro ainda manda sua dúvida aqui de novo! Quanto ao seu raciocínio, é isso mesmo. Os 10% que você menciona é o custo de capital, utilizado como TMA no seu caso (veja mais nesse texto aqui do blog: https://cienciaenegocios.com/o-que-e-custo-de-capital-de-uma-empresa/ ). Abs!

      1. Olá Wlademir, boa tarde. Cheguei a seguinte conclusão: Existem dois conceitos. Um gerencial e outro matemático. O gerencial indica que a TIR é uma medida que aponta a rentabilidade de um projeto. Daí executivos de seleção de projeto preferirem essa metodologia em conjunto a outras. O matemático, nada tem a ver com o gerencial, indica apenas que quando usada no lugar da TMA; que é o i dentro da fórmula VPL = FCn/(1+i)^n e (Substituindo-se i por TIR), teremos um resultado de VPL = 0. Esses conceitos não se cruzam; um não dá significado ao outro. O matemático apenas indica que chegamos a uma taxa de TIR correta. Estou correto?

        1. Não Ernani, os conceitos têm ligação sim e são a mesma coisa. A TIR representa a rentabilidade do projeto, usada para tomada decisão gerencial, como mencionou. Porém, se utilizar essa mesma taxa para trazer os próprios fluxos do projeto a valor presente, então você terá obrigatoriamente um VPL=0. Vou tentar deixar mais claro olhando para o VPL: o VPL sendo positivo leva à aceitação de um projeto, certo? o VPL positivo significa que o projeto remunera mais que a taxa de desconto utilizada (normalmente a TMA). Agora, se a taxa de desconto do VPL é a própria rentabilidade do projeto (a TIR), então não tem como o VPL ser diferente de zero. Ficou mais claro? Qlqr coisa envia mais comentários que vamos conversando!

          1. Olha, me desculpe a insistência. Mas creio que como eu devem haver muitos com essa dúvida e insisto em querer ter isso esclarecido. Todo o seu texto acima está ok para mim. Concordo e entendo tudo, até a frase: “Agora, se a taxa de desconto do VPL é a própria rentabilidade do projeto (a TIR), então não tem como o VPL ser diferente de zero. “. Veja, Wlademir, vou tentar ser mais claro: Matematicamente eu entendi que é assim, pois, basta eu fazer a substituição em uma planilha do excel que obterei zero. Então a sua frase, matematicamente está explicada, mas eu não consegui explicar o “Porquê”, qual o conceito, ou racional, acompanha isso. Eu creio que isso é por “convenção”. Convencionou-se e pronto; mas você me diz que não; então por favor, me explique o “Porquê”, não “o Quê” ou “Como”, esses eu já entendi.

            1. Wlademir, creio que cheguei em um ponto, vejamos o que acha do meu porquê: A Taxa Interna de Retorno é considerada a taxa que exprime a rentabilidade de um projeto. Você a acha, quando você substitui a TMA, na fórmula do VPL, pela TIR. Como saber se ela está correta? Caso o resultado seja zero na fórmula do VPL com a substituição, a TIR encontrada é a correta, pois, esse valor é tal que maior que ele, provocará um VPL negativo e menor que ele o projeto não encontrará sua rentabilidade máxima.

              1. Olá Ernani. É exatamente essa ideia. Só não sei se entendi seu raciocínio na última frase, sobre o VPL negativo. É importante lembrar também que a TIR possui algumas limitações, como o fato de poder apresentar mais de uma resposta. Nesse caso, sim, a TIR “correta” será a que zera o VPL. Uma solução para as limitações da TIR é usar a TIRM. Temos material sobre isso também aqui no site. Outra coisa, se tiver interesse, veja no menu superior que tenho um curso sobre estes métodos de análise de investimentos / engenharia econômica, usando Excel, Hp12c, e R, com questões e exemplos. Mas fica à vontade para seguir mandando suas dúvidas aqui que vamos evoluindo juntos! Abs.

                1. Arnaldo Gustavo Andrade Lopes

                  Olá senhores muito boa a discussão de vocês. Acabei encontrando porque estava pesquisando um melhor significado da TIR. Eu tenho opinião contrária de vocês. Pra mim a TIR não é a rentabilidade do projeto, e sim apenas a taxa que zera o VPL. Pelo que vocês colocam dá a impressão que se eu investir um capital no ano 0, ao final do meu projeto vou ter o valor deste investimento rentabilizado pela TIR, e não é assim. Por exemplo, se eu investir -100 dinheiros no ano 0, e depois tiver por cinco anos o fluxo de caixa de 50 dinheiros, a TIR do projeto será 41,04% e VPL 89,54 dinheiros considerando a taxa de desconto de 10%. Agora façam as contas: 100*(1+41,04%)^5 = 558 dinheiros. Isso não corresponde a realidade. Só seria assim se fosse possível reinvestir o fluxo de caixa a cada ano.

                  1. Olá Arnaldo. Obrigado pelo seu comentário. Não entendi em que aspecto você esperava que 558 fosse equivalente ao VPL de 89,54 que sugeriu. Serão valores diferentes: 558 é o valor ao fim do projeto e 89,54 está em valor presente, descontando a TMA dos fluxos futuros.

                    1. Arnaldo Gustavo Andrade Lopes

                      Eu não quis comparar com o VPL, só disse que no caso concreto você não terá a rentabilidade da TIR, porque precisaria investir todo o fluxo de caixa a mesma taxa. A TIRM é uma ferramenta muito melhor, e vc explica muito bem em outra página. Na TIRM os fluxos de caixa positivo são reinvestidos considerando taxas de mercado e não a TIR do projeto.

                      1. Olá Arnaldo. Sim, a TIRM é mais robusta, pois resolve alguns problemas da TIR, como o caso dela supor que os fluxos de caixa são reinvestidos à própria TIR e também o caso da TIR não trabalhar legal com fluxos de caixa não convencionais (mais de uma troca de sinal nos fluxos). Obrigado! Abraços!

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