A TIR, a Taxa Interna de Retorno de um empreendimento, é uma medida relativa – expressa em percentual – que demonstra o quanto rende um projeto de investimento, considerando a mesma periodicidade dos fluxos de caixa do projeto.
A TIR é a taxa que zera o VPL e vem do inglês Internal Rate of Return – IRR. É um método de análise de investimentos e engenharia econômica muito utilizado. Porém, para entender em detalhes o que é TIR (Taxa Interna de Retorno) é preciso ter em mente que alguns cuidados são necessários, os quais serão explicados em detalhes a seguir.
Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR, abreviação de Taxa Interna de Retorno, é um método muito utilizado na análise de viabilidade econômica de projetos de investimentos devido a facilidade de interpretar o seu resultado: um percentual de rentabilidade do projeto que está sendo analisado.
É importante lembrar que a TIR não deve ser confundida com outras taxas de retorno, indicadores de rentabilidade ou com algum tipo de margem de lucro de uma empresa. Cada indicador possui seu próprio conceito e aplicação.
Veja um exemplo da TIR: se a taxa interna de retorno (TIR) de um projeto é de 15% e os fluxos de caixa são anuais, então significa que este projeto irá gerar um retorno anual de 15%.
Como analisar se a TIR de um projeto é boa? Para interpretar o resultado da taxa interna de retorno é preciso fazer uma comparação com a TMA — taxa mínima de atratividade. A TMA representa o percentual mínimo de retorno que um projeto deve gerar para ser aceito.
Na pessoa física, a TMA poderia ser a rentabilidade gerada por um investimento de baixo risco, como uma aplicação em Tesouro SELIC (antiga LFT), por exemplo.
Já para empresas, a TMA costuma ser o custo de capital, ou seja, o custo de a empresa ter recursos próprios e de terceiros em suas mãos.
Qual é a fórmula da TIR?
Matematicamente, esta a taxa interna de retorno (TIR) pode ser encontrada igualando a equação do VPL à zero e resolvendo a seguinte expressão:
Simplificando, a equação pode ser reescrita em termos gerais da seguinte forma:
Em termos práticos, a TIR fica difícil de ser calculada manualmente, principalmente quando o número de períodos (n) do projeto começa a aumentar.
Isso ocorre porque sua resolução gera a necessidade de resolver equações polinomiais. Como a TIR não possui uma fórmula algébrica para ser calculada diretamente, ela pode ser encontrada por meio de tentativa e erro, tanto manualmente, quanto por algoritmos computacionais.
Até n=2, ou seja, dois períodos, ainda é relativamente tranquilo de resolver a equação da TIR, pois como resultado teremos uma equação de segundo grau, que pode ser resolvida pela famosa “fórmula de Bhaskara”.
Como calcular a TIR na HP12c?
Quando o grau dos polinômios ultrapassa 3 (n > 3), então a solução mais usual passa ser utilizar softwares (Excel, Calc, R, Matlab, etc) ou calculadoras financeiras — a mais famosa é a Hp12c!
Veja uma explicação em vídeo sobre como calcular a TIR e o VPL pelo calculadora financeira Hp12c:
Exemplo de cálculo da TIR
Aqui consideramos um fluxo de caixa já utilizado em outro artigo do blog (veja: “O que é VPL?“).
A seguir é apresentada uma tabela com a TIR calculada para os dois projetos de investimentos em questão. Também é apresentado o VPL dos projetos, considerando uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 10%.
n | FC(A) | FC(B) |
---|---|---|
0 | -1500 | -1500 |
1 | 150 | 150 |
2 | 1350 | 300 |
3 | 150 | 450 |
4 | -80 | 600 |
5 | -50 | 1875 |
VPL | R$(220,92) | R$796,42 |
TIR | 0,74% | 22,79% |
Na tabela, ao compararmos os dois projetos e considerarmos uma TMA de 10%, então o projeto B deveria ser escolhido, pois sua TIR é superior à TMA!
Como calcular a TIR no Excel?
Para calcular a TIR no Excel basta usar a função =TIR(), definindo os parâmetros: intervalos de valores dos fluxos de caixa, incluindo o investimento inicial (FC0); e uma estimativa em percentual, que é uma parâmetro opcional para auxiliar o algoritmo a encontrar o valor correto.
Veja na imagem a seguir com um exemplo como é simples calcular a TIR no Excel:
Se quiser replicar o cálculo da imagem, o gabarito é TIR = 21,33%.
Agora, para gabaritar no assunto de calcular a TIR no Excel e também em qualquer outro software de planilha eletrônica – como Google Planilhas (sheets), Calc, Open Office, BR Office e etc, é importante compreender os seguintes pontos:
- o parâmetro “estimativa” da função TIR no Excel é importante de ser preenchido especialmente para casos de fluxos de caixa não convencionais (que possuem mais de uma mudança de sinal);
- em alguns softwares de planilhas eletrônicas ou na versão em inglês do Microsoft Excel a função da TIR será =IRR(), representando o termo TIR em inglês “Internal Rate of Return”.
Que tal conferir uma planilha excelente para fazer não somente o cálculo da TIR no Excel, mas todo um estudo detalhado de viabilidade econômica? Baixe a planilha aqui!
Como assim, a TIR zera o VPL?
A TIR é a taxa de desconto que zera o valor presente líquido dos fluxos de caixa de um projeto, ou seja, faz com que todas as entradas igualem todas as saídas de caixa do empreendimento.
No gráfico acima, o eixo “NPV” representa o valor presente líquido (Net Present Value, em inglês); já o eixo “i%” representa a TMA — a taxa de desconto utilizada no cálculo do VPL. Portanto, teremos a TIR quando o VPL (ou NPV) cruzar a linha que representa VPL=0. O gráfico utiliza os fluxos de caixa do Projeto B do exemplo anterior.
Vantagens da taxa interna de retorno (TIR)
- Considera o valor do dinheiro no tempo.
- É fácil para comparar projetos de investimentos, pois leva em conta a escala e a vida dos projetos, devido ao seu caráter relativo (resultado expresso em percentual) e não absoluto, como o VPL.
Desvantagens da taxa interna de retorno (TIR)
- Pressupõe a reinversão dos valores (ou o reinvestimento dos fluxos de caixa, em outras palavras) à própria TIR (resultando em taxas “sub” ou superestimadas).
- Pode haver múltiplas taxas de retorno, ou mesmo não ter solução, dependendo do fluxo de caixa do projeto.
- Não é recomendada em situações de projetos com fluxo de caixa não convencional.
Para resolver estas três desvantagens da TIR existe outro método chamado de TIRM, a Taxa Interna de Retorno Modificada.
A TIRM é um método cuja interpretação é igual a da TIR convencional. Porém, ela possibilita trabalhar com taxas de desconto diferentes para fluxos de caixa positivos e fluxos de caixa negativos.
A abordagem da TIRM sobre a TIR tradicional resolve o problema da premissa de reinvestimento dos fluxos à própria TIR.
A TIRM resolve também a forma como ela é calculada e viabiliza a utilização em fluxos de caixa não convencionais (que possuem mais de uma variação de sinal). Veja mais neste artigo.
Conclusão: o que é TIR?
Este artigo mostrou em detalhes o que é TIR: a taxa interna de retorno de um projeto de investimento. A TIR tem como seu maior problema o fato de supor que os fluxos de caixa são reinvestidos na própria TIR, o que dificilmente ocorrerá na prática. Mas é um método muito utilizado na prática, pois possui fácil interpretação e, apesar das dificuldades de calculá-la manualmente, ela é facilmente calculada em softwares de planilhas eletrônicas, pacotes estatísticas e calculadoras financeiras.
Muito esclarecedor.
Olá, amigo. GOstei do site. Parabéns.
Pode me ajudar com duas questôes?
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Um profissional analisou a viabilidade econômico-financeira de um projeto de investimento em negócio habitual da empresa onde trabalha e encontrou um Valor Presente Líquido (VPL) maior que zero. Tal projeto exige um investimento inicial que se espera ser suficiente para gerar à empresa apenas fluxos de caixa líquidos positivos ao longo dos próximos cinco anos, vida útil do projeto. Sabendo-se que TIR = Taxa Interna de Retorno do projeto; CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital da empresa; e Payback = tempo de retorno exato, nominal ou descontado, do capital investido no projeto, verifica-se que esse projeto apresenta:
(A) TIR > CMPC; e Payback menor que a vida útil do projeto
(B) TIR > CMPC; e Payback maior que a vida útil do projeto
(C) TIR < CMPC; e Payback igual à vida útil do projeto
(D) TIR < CMPC; e Payback menor que a vida útil do projeto
(E) TIR TIR de Y. Sabendo-se que VPL significa Valor Presente Líquido do projeto e Payback significa tempo de retorno exato, nominal ou descontado, do capital investido no projeto, o profissional concluiu corretamente que:
(A) VPL X > VPL Y, logo, deve escolher o projeto X.
(B) Payback X > Payback Y, logo, deve escolher o projeto Y.
(C) VPL de cada projeto deve ser calculado para se tomar a decisão.
(D) VPL Y > VPL X, logo, deve escolher o projeto Y.
(E) Payback Y > Payback X, logo, deve escolher o projeto X
Obrigado. 🙂
Olá Bruno! Obrigado pelo feedback. Eu vou de letra “A”.
Comentários: parece que a questão fala em “fluxos de caixa líquidos positivos” ao longo do projeto para garantir que o cálculo da TIR funcionará bem (ela pode apresentar erros quando vc tem fluxos negativos e positivos oscilando durante o projeto). Por premissa suponho que o cálculo do VPL nesse caso utilizará como TMA o CMPC (o que é de fato usual). Sendo assim, com o VPL positivo teremos uma TIR positiva e maior que o CMPC neste caso. Além disso, o VPL não seria positivo se o payback não ocorresse no prazo de execução do projeto. Depois manda o gabarito aqui! Abraços!
Olá, a minha dúvida é bem simples, mas ao mesmo tempo não consigo entender. Por exemplo, TIR=22%, esse valor “22%” quer dizer exatamente o que, em português mais claro, é um percentual sobre qual valor?
Olá Clau.
Em poucas palavras:
A Taxa Interna de Retorno é uma forma de mensurar o retorno de um investimento em potencial que a empresa está analisando. A TIR é expressa na mesma periodicidade do fluxo de caixa, ou seja, se os fluxos são anuais, então ela é anual.
Em mais detalhes:
Nesse seu exemplo, se os fluxos fossem anuais também, então seu projeto geraria um retorno anual de 22%. Você vai comparar essa taxa com a TMA (Taxa Mínima de Atratividade). Se a TMA da empresa for igual a SELIC por exemplo (para simplificar), e a SELIC for de 6% ao ano, então o projeto seria viável nessa comparação (22% é maior que 6%). Claro que na prática a empresa vai precisar de projetos bem melhores que a SELIC, caso contrário mais valeria manter os recursos em investimentos financeiros. O que acho que o pessoal confunde da TIR com a “rentabilidade” do projeto (ou ROI), é que a rentabilidade vai considerar o período do projeto como um todo, e nem sempre o pessoal considera o valor do dinheiro no tempo nos cálculos, algo que a TIR tira de letra! Porém, por questões de problemas matemáticos que envolvem o cálculo da TIR, prefira a TIRM, que falo aqui no blog tb.
https://cienciaenegocios.com/o-que-e-tirm-taxa-interna-de-retorno-modificada/
Abraços!
Boa tarde Wlademir.
Qual a diferença prática entre o resultado da TIR e o resultado da RENTABILIDADE, já que ambos possuem fórmulas e resultados diferentes, embora utilize os mesmos parâmetros de lucros e investimentos? Como faço essa leitura para a tomada de decisões empresariais?
Olá Antonio! Assim, para garantir que estamos falando a mesma “língua”, qualquer coisa você deixa aqui seu entendimento sobre os 2 termos. Mas vai lá a forma como eu compreendo: Rentabilidade de um projeto engloba todo o período. Um exemplo: um projeto com investimento inicial de 10.000 gera uma rentabilidade de 20% se o valor final for 12.000, mas isso pode ter ocorrido em um mês, 5 anos, ou 10 anos. O que a TIR faz (e já ressalto aqui que preferencialmente seja usada a TIRM), é ser um método que mostra uma taxa de retorno que contempla uma determinada periodicidade. Por exemplo: se os fluxos de caixa de um projeto são mensais, então a TIR e a TIRM representam taxas de retorno mensais. Abs!
Estou em duvida nessa questão :
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é um indicador de análise econômico-financeira de investimentos muito utilizado na seleção de projetos e representa o quanto o projeto está tendo de rentabilidade, dado o seu custo de implantação. Sobre a TIR, assinale a alternativa correta:
Escolha uma:
a. A TIR pode ser definida também como o valor extra gerado pelo projeto, após o pagamento do investimento.
b. A TIR pode ser definida também como o valor extra gerado pelo projeto, após o pagamento do investimento e a remuneração do investidor por um TMA (taxa mínima de atratividade).
c. O projeto é considerado viável quando a TIR for menor que a TMA.
d. A TIR é encontrada quando o Valor Presente Líquido é igual a zero, sendo também definido como a taxa que zera o VPL.
Olá Adrielson. Obrigado pelo comentário. A resposta correta é a letra D. A letra b está mais próxima da definição de VPL. Lembre-se que a TIR não é um “valor” monetário, mas uma taxa que indica a rentabilidade percentual de um projeto a cada período. Abraços!
Amigo, me esclareça uma duvida sobre a TIR.
O que o valor da TIR me mostra?
Por exemplo, em um fluxo de caixa onde a TIR é de 2% sobre uma TMA de 1%. Isso significa que o investimento é 2% mais rentavel que a TMA?
Olá Neto. Significa que a TIR é 1% (2-1) mais rentável que a TMA. A TIR é independente da TMA no seu cálculo, mas a TMA é utilizada para fins de comparação e para que seja decidido se um projeto de investimento deve ser aceito ou não. Ou seja, em teoria para um projeto ser aceito ele deve ter TIR superior à TMA. Abs!
Olá!
Pode me auxiliar nessa questão?
O gerente da PLD Consultores defende a aprovação de projeto A que prevê investimento inicial de 2 milhões e apresenta uma TIR de 21% a.a. O grupo de analista defende o projeto Z que necessita de investimento inicial de 50% maior e apresenta uma TIR de 18% a.a. Sabendo que a empresa tem disponível o valor de 3 milhões para investir nesse tipo de projeto, o gerente esta:
a) Certo, pois o seu projeto exige um investimento menor
b) Errado, pois o outro projeto também é interessante
c) Certo, pois a TIR do seu projeto é maior
d) Errado, pois a TIR do outro projeto é menor
Olá Oliveira, obrigado pelo comentário. Não me arrisco a dar uma reposta pelas opções apresentadas porque acho que nenhuma delas faz total sentido. Não vai existir certo ou errado nesse caso. O grande ponto é que existem 2 investimentos: um que contempla investir todos os recursos que a empresa possui (pjto B) para este fim e outro que utilizará 2 milhões (pjto A), sendo que 1 milhão ficará sobrando. Para dizer se o projeto A é melhor (apesar de sua TIR ser superior), ainda teríamos que considerar a TMA, para supor que o 1 milhão restante ficaria aplicado à TMA. Se o 1 milhão que sobraria do projeto A ficasse sem ser investido, aí sim seria mais interessante o projeto B, que aplica todos os recursos que a empresa tem a disposição. Mas é uma decisão subjetiva e de gestão, não existe exatamente um “certo” ou “errado” neste caso específico, concorda? Se tiveres o gabarito por favor divulga aqui no blog. Grato. Abraços!
Com calcular?
Taxa Interna de Retorno – Ao aplicar R$ 560,00 um investidor resgatou R$ 300,00 em 30 dias e R$ 320,00 no fim de 2 meses. Qual a taxa composta mensal?
Olá Leonardo. É 6,98% a TIR desse projeto. Como utilizei fluxos mensais neste cálculo posso também dizer que a reposta é a taxa composta mensal. Resolvi no Excel rapidinho. Mas nesse caso ainda dá pra fazer na mão, vamos lá:
Partindo da equação do VPL:
0 = -560 + 300/(1+TIR)^1 + 320/(1+TIR)^2
Multiplicando tudo por -(1+TIR)^2:
560(1+TIR)^2 – 300(1+TIR) – 320 = 0
Chamando (1+TIR) de “x” e dividindo por 100 pra facilitar:
5,6x^2 – 3x – 3,2 = 0
x = [3 +- sqrt(9-4*5,6*-3,2)]/(2*5,6)
x = 11,98/11,2 = 1,0698 = (1+TIR)
Logo, TIR = 6,98%
Caro Wlademir
Boa tarde!
A afirmativa acima sobre a TIR ser o mesmo que taxa composta Mensal, acredito ser um equívoco, pois, a taxa composta para este trabalho seria a seguinte:
5,22%
Aplicação:
560,00 chs pv
2 n
300+320 = 620 pv
i => 5,22% no período.
Att.,
Olá Edcley. O que vc não pode fazer é somar 300 com 320 nesses caso, pois estão em momentos de tempo diferentes. Se fôssemos fazer o cálculo pelo caminho que você seguiu, primeiro teríamos que levar o R$ 300 para o período 2, mas como não sei a taxa (pois eh o que quero descobrir), então não teria como fazer. O que fiz agora como uma “prova real” foi levar o R$ 300 do período 1 ao período 2 pela própria TIR. Aí calculei a taxa composta com apenas dois fluxos e encontrei, conforme figura a seguir. Resumindo, a solução que apresentei antes estava correta. Concorda? Abs!
https://uploads.disquscdn.com/images/77c96b495219fe2554a12f49240c3143ae2f96d15eacf9b1e2dc6ee6782e5411.png
Muito obrigado.
Ainda vou encontrar um site que me explique isso. Esse tentou mais ficou difícil
Edy, tudo bem? Como mencionei em seu comentário de 6 meses atrás, se tiveres alguma dúvida específica por favor envia por aqui que tentaremos lhe auxiliar.
Nem sabia que já tinha estado aqui, e não recebi seu comentário antes. Pois é, assim no geral, depois de “A TIR” já não entendi nada.
Edy, te passo aqui alguns outros links que falo a respeito do assunto, e também o link de um curso online que tenho sobre engenharia econômica, com aplicações da TIR e outros métodos com exemplos práticos e solução na Hp12c e Excel:
– https://cienciaenegocios.com/engenharia-economica-payback-valor-presente-liquido-vpl-e-taxa-interna-de-retorno-tir/
– https://cienciaenegocios.com/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-de-um-projeto-de-investimento/
– https://cienciaenegocios.com/curso-de-engenharia-economica-analise-de-investimentos-online/
De livro eu recomendo “Análise de investimentos” do professor Casarotto.
Qualquer dúvida fico à disposição! Abs.
Obrigado. Vou dar uma olhada
Edy, estou de Passagem mais deixo minha contribuição:
Calculando a Tir na Calculadora Financeira você fará a seguinte situação:
560 CHS g cfo => que é a saída de dinheiro, ou seja, o investimento inicial
300 g cfj => ganho no primeiro mês
1 G NJ => Período (1 mês)
320 g cfj => Ganho no segundo mês
1 g nj => período (2 mês)
f IRR = 6,98%
Edcley Viana
Administrador e Especialista em Finanças
9.97700519
560 CHS g PV 300 g PMT 320 g PMT 2 n f PV (aí chegamos no VPL que é 60) f FV ( chegamos na TIR 6,98%)
Wlademir, boa tarde.
Tenho uma dúvida. No cálculo da TIR, o valor do capital inicial investido é considerado negativo e o fluxo de caixa gerado é considerado positivo. Minha dúvida é como devo tratar o capital investido quando, além do capital inicial, tenho novos aportes de capital durante o desenvolvimento do projeto? Eles também devem ser considerados negativos? ou devo traze-los a valor presente e somar com o capital inicial?
muito obrigado.
Neudo
Neudo, boa tarde. Quando você possui novos investimentos ao longo do projeto, que fazem com que o fluxo de caixa se torne não convencional (mais de uma mudança de sinal nos fluxos), então a TIR não deve ser utilizada. Isso ocorre porque o método de cálculo da TIR pode gerar mais de uma resposta. Essa é uma das principais limitações da TIR. Para esses casos o recomendado é você trabalhar com a TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada. A TIRM faz justamente isso que você mencionou: ela traz os fluxos negativos a valor presente e leva todos os fluxos positivos para valor futuro, o que transforma um fluxo de caixa não convencional em convencional (apenas uma mudança de sinal). Tenho um artigo sobre a TIRM também, dá uma olhada: https://cienciaenegocios.com/o-que-e-tirm-taxa-interna-de-retorno-modificada/
Olha se está correto eu dizer: Captamos o dinheiro a 10% ao ano, dinheiro próprio e de terceiros considerando o custo de 10%. Vamos aplicar em um projeto com retorno de 22,79% planejado que é a (TIR); portanto esse projeto cobrirá o custo do capital de terceiros – pois, quem empresta, empresta a um custo (juros e correção) – ocorre que ainda pagando todo esse investimento inicial teremos uma sobra ou excedente no retorno, visualmente mais do que o dobro. O VPL desse projeto é o maior encontrado o que indica que esse projeto é atrativo. Essa explicação me convence, entretanto não encontrei alguém que explique o que isso tem a haver com igualar o VPL a zero. Eu sei que a formula da TIR é VPL = ZERO = TIR, mas como explicar isso?
Olá Ernani! Sobre seu questionamento, veja que o VPL considera em seu cálculo uma taxa de desconto (TMA). Essa taxa de desconto é que traz os fluxos de caixa para valor presente no VPL. Por outro lado, a TIR é a taxa que representa a rentabilidade do projeto (sem envolver nenhuma taxa de desconto em seu cálculo). Então, quando você utiliza a própria rentabilidade do projeto (TIR) como taxa de desconto no cálculo do VPL, o VPL será 0. Essa é a explicação. Se não ficar claro ainda manda sua dúvida aqui de novo! Quanto ao seu raciocínio, é isso mesmo. Os 10% que você menciona é o custo de capital, utilizado como TMA no seu caso (veja mais nesse texto aqui do blog: https://cienciaenegocios.com/o-que-e-custo-de-capital-de-uma-empresa/ ). Abs!
Olá Wlademir, boa tarde. Cheguei a seguinte conclusão: Existem dois conceitos. Um gerencial e outro matemático. O gerencial indica que a TIR é uma medida que aponta a rentabilidade de um projeto. Daí executivos de seleção de projeto preferirem essa metodologia em conjunto a outras. O matemático, nada tem a ver com o gerencial, indica apenas que quando usada no lugar da TMA; que é o i dentro da fórmula VPL = FCn/(1+i)^n e (Substituindo-se i por TIR), teremos um resultado de VPL = 0. Esses conceitos não se cruzam; um não dá significado ao outro. O matemático apenas indica que chegamos a uma taxa de TIR correta. Estou correto?
Não Ernani, os conceitos têm ligação sim e são a mesma coisa. A TIR representa a rentabilidade do projeto, usada para tomada decisão gerencial, como mencionou. Porém, se utilizar essa mesma taxa para trazer os próprios fluxos do projeto a valor presente, então você terá obrigatoriamente um VPL=0. Vou tentar deixar mais claro olhando para o VPL: o VPL sendo positivo leva à aceitação de um projeto, certo? o VPL positivo significa que o projeto remunera mais que a taxa de desconto utilizada (normalmente a TMA). Agora, se a taxa de desconto do VPL é a própria rentabilidade do projeto (a TIR), então não tem como o VPL ser diferente de zero. Ficou mais claro? Qlqr coisa envia mais comentários que vamos conversando!
Olha, me desculpe a insistência. Mas creio que como eu devem haver muitos com essa dúvida e insisto em querer ter isso esclarecido. Todo o seu texto acima está ok para mim. Concordo e entendo tudo, até a frase: “Agora, se a taxa de desconto do VPL é a própria rentabilidade do projeto (a TIR), então não tem como o VPL ser diferente de zero. “. Veja, Wlademir, vou tentar ser mais claro: Matematicamente eu entendi que é assim, pois, basta eu fazer a substituição em uma planilha do excel que obterei zero. Então a sua frase, matematicamente está explicada, mas eu não consegui explicar o “Porquê”, qual o conceito, ou racional, acompanha isso. Eu creio que isso é por “convenção”. Convencionou-se e pronto; mas você me diz que não; então por favor, me explique o “Porquê”, não “o Quê” ou “Como”, esses eu já entendi.
Wlademir, creio que cheguei em um ponto, vejamos o que acha do meu porquê: A Taxa Interna de Retorno é considerada a taxa que exprime a rentabilidade de um projeto. Você a acha, quando você substitui a TMA, na fórmula do VPL, pela TIR. Como saber se ela está correta? Caso o resultado seja zero na fórmula do VPL com a substituição, a TIR encontrada é a correta, pois, esse valor é tal que maior que ele, provocará um VPL negativo e menor que ele o projeto não encontrará sua rentabilidade máxima.
Olá Ernani. É exatamente essa ideia. Só não sei se entendi seu raciocínio na última frase, sobre o VPL negativo. É importante lembrar também que a TIR possui algumas limitações, como o fato de poder apresentar mais de uma resposta. Nesse caso, sim, a TIR “correta” será a que zera o VPL. Uma solução para as limitações da TIR é usar a TIRM. Temos material sobre isso também aqui no site. Outra coisa, se tiver interesse, veja no menu superior que tenho um curso sobre estes métodos de análise de investimentos / engenharia econômica, usando Excel, Hp12c, e R, com questões e exemplos. Mas fica à vontade para seguir mandando suas dúvidas aqui que vamos evoluindo juntos! Abs.
Olá senhores muito boa a discussão de vocês. Acabei encontrando porque estava pesquisando um melhor significado da TIR. Eu tenho opinião contrária de vocês. Pra mim a TIR não é a rentabilidade do projeto, e sim apenas a taxa que zera o VPL. Pelo que vocês colocam dá a impressão que se eu investir um capital no ano 0, ao final do meu projeto vou ter o valor deste investimento rentabilizado pela TIR, e não é assim. Por exemplo, se eu investir -100 dinheiros no ano 0, e depois tiver por cinco anos o fluxo de caixa de 50 dinheiros, a TIR do projeto será 41,04% e VPL 89,54 dinheiros considerando a taxa de desconto de 10%. Agora façam as contas: 100*(1+41,04%)^5 = 558 dinheiros. Isso não corresponde a realidade. Só seria assim se fosse possível reinvestir o fluxo de caixa a cada ano.
Olá Arnaldo. Obrigado pelo seu comentário. Não entendi em que aspecto você esperava que 558 fosse equivalente ao VPL de 89,54 que sugeriu. Serão valores diferentes: 558 é o valor ao fim do projeto e 89,54 está em valor presente, descontando a TMA dos fluxos futuros.
Eu não quis comparar com o VPL, só disse que no caso concreto você não terá a rentabilidade da TIR, porque precisaria investir todo o fluxo de caixa a mesma taxa. A TIRM é uma ferramenta muito melhor, e vc explica muito bem em outra página. Na TIRM os fluxos de caixa positivo são reinvestidos considerando taxas de mercado e não a TIR do projeto.
Olá Arnaldo. Sim, a TIRM é mais robusta, pois resolve alguns problemas da TIR, como o caso dela supor que os fluxos de caixa são reinvestidos à própria TIR e também o caso da TIR não trabalhar legal com fluxos de caixa não convencionais (mais de uma troca de sinal nos fluxos). Obrigado! Abraços!
Mal explicado ou bem explicado para quem já sabia.
Olá Edy, qual ponto que você achou que não ficou claro? Caso queira, envia suas dúvidas que tento te ajudar e incluir no texto, pra deixar ele mais claro, blza? Abs.
Não é possível comentar.