A taxa mínima de atratividade (TMA) é a taxa que representa o mínimo que um investimento deve remunerar para que seja considerado viável economicamente. A TMA também pode representar a taxa máxima a ser aceita em um empréstimo ou financiamento, apesar do seu uso ser mais comum na primeira situação. Leia a seguir mais detalhes sobre o que é TMA, a taxa mínima de atratividade.
Qual é a diferença entre a TMA, custo de capital e custo de oportunidade?
Esses três conceitos são muitas vezes confundidos, apesar de terem sentidos diferentes. Veja a seguir o significado de cada um desses termos e entenda com um exemplo a diferença entre a TMA, custo de capital e custo de oportunidade.
A taxa mínima de atratividade (TMA) é a taxa mínima que um investidor exige para aceitar um novo investimento. Normalmente o ativo livre de risco de uma economia pode ser utilizado para este fim, como é o caso da taxa SELIC para o contexto brasileiro.
O custo de capital é o custo de uma empresa ter recursos financeiros (dinheiro) circulando dentro dela. Este custo é composto pelo custo do capital de terceiros (dívidas – empréstimos e financiamentos) e pelo custo do capital próprio (recursos dos sócios ou acionistas).
O custo de oportunidade é a opção que foi deixada de lado. Sempre que há uma escolha, há também uma renúncia, como diz o ditado popular. O custo de oportunidade representa a opção que foi renunciada.
Portanto, o custo de oportunidade não implica necessariamente em uma taxa. É um contexto econômico de ampla interpretação. Porém, quando trazido ao contexto financeiro o custo de oportunidade pode representar a rentabilidade que o investidor obteria na aplicação que não fez.
Entenda com um exemplo…
Um investidor pessoa física tinha suas economias aplicadas em títulos públicos do tipo Tesouro SELIC, que remuneram conforme as variações da taxa SELIC – a taxa mínima de atratividade (TMA).
Esse investidor trocou seus títulos para investir em uma sociedade com seu amigo, cujo retorno esperado era maior que a aplicação financeira.
Além de recursos próprios, os dois amigos contraíram algumas dívidas na abertura da empresa. A ponderação entre a rentabilidade esperada pelos dois amigos e o custo que eles têm com suas dívidas representa o custo de capital da empresa.
No dia a dia da sociedade diversas decisões são tomadas e alguns projetos são rejeitados em prol de outros. Esses projetos rejeitados representam o custo de oportunidade.
A taxa mínima de atratividade (TMA) e os investimentos financeiros
Quando associada a investimentos financeiros a TMA costuma representar a rentabilidade do ativo livre de risco (risk-free asset) de uma economia, também chamada de “taxa livre de risco“.
Normalmente considera-se como ativos livres de risco títulos públicos pós-fixados na taxa básica de juros da respectiva economia. No caso do Brasil podemos considerar como ativo livre de risco o título público “Tesouro SELIC”, antiga LFT (Letra do Tesouro Nacional), cuja rentabilidade está atrelada à taxa SELIC.
A justificativa para que o ativo livre de risco seja representado por títulos públicos consiste no fato de que o risco desses títulos é chamado de risco soberano. O risco soberano trata da possibilidade de que um país dê calote no pagamento dos seus títulos.
Mesmo que um país enfrente crises políticas ou econômicas, é muito improvável que chegue ao nível de não pagar seus títulos. Em uma situação como essa todo o sistema financeiro e bancário já estaria comprometido, com bancos quebrando e calotes ocorrendo em todo o tipo de investimento.
O ativo livre de risco é utilizado nas finanças também em análises de risco e retorno, como no modelo CAPM, por exemplo.
A taxa mínima de atratividade (TMA) e a análise de viabilidade econômica
No ambiente empresarial os gestores possuem diversas opções de projetos de investimentos para serem escolhidos. São exemplos dessas escolhas: a construção de uma nova linha de produção, trocar as máquinas do fornecedor A pelas do fornecedor B (com diferentes preços e capacidades), alugar ou comprar uma frota de carros, criar um novo produto ou oferecer um novo serviço.
A taxa mínima de atratividade, a TMA, é a taxa que será utilizada nos métodos de análise de viabilidade econômica para que um investimento seja (ou não) considerado viável. Normalmente neste contexto a TMA é igual ao custo de capital da empresa.
Em outras palavras, para que um novo projeto de investimento seja aceito no âmbito empresarial é preciso que a rentabilidade esperada seja pelo menos superior ao custo que a empresa tem por manter recursos circulando dentro dela, seja na forma de capital próprio ou de capital de terceiros.
Os principais métodos para realizar análise de viabilidade econômica – também chamados de métodos de engenharia econômica – são: payback descontado, VPL, TIR e TIRM.
Veja como a taxa mínima de atratividade impacta em cada um dos métodos de análise de viabilidade econômica:
- Payback descontado: para encontrar o período que um investimento leva para pagar seu investimento inicial os fluxos de caixa são trazidos a valor presente utilizando a TMA;
- Valor presente líquido – VPL: a TMA é também utilizada para trazer os fluxos de caixa futuros de um projeto para valor presente;
- Taxa interna de retorno – TIR – e Taxa interna de retorno modificada – TIRM: a taxa mínima de atratividade – TMA – é usada para fins de comparação com a TIR. Um projeto será aceito se possuir uma TIR (ou TIRM) superior à TMA;
Conclusão: o que é TMA?
Por fim, a TMA, taxa mínima de atratividade, nada mais é que uma taxa para ser usada como comparativo na hora de definir se um investimento deve ser aceito, seja ele financeiro ou não. Apesar de possuir uma relação com outros conceitos econômicos/financeiros, a TMA difere-se da ideia de custo de capital e também do custo de oportunidade, conforme foi explicado.