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O que é política econômica – fiscal, monetária e cambial?

Política econômica é um conjunto de ações tomadas pelo governo para atingir determinados objetivos na situação econômica do país e também cumprir propósitos sociais. As políticas econômicas podem ser divididas em: política fiscal, política monetária e política cambial. Acompanhe os detalhes neste artigo!

Primeiramente vamos definir o que é política econômica e depois vamos entrar em detalhes nos três tipos principais.

O que é política econômica?

Política econômica se refere a uma série de ações tomadas pelo governo na gestão da economia, cujo foco é alcançar objetivos sociais e macroeconômicos, atendendo às necessidades de bens e serviços da sociedade. O governo pode atuar por meio da política fiscal, monetária e cambial.

São objetivos das políticas econômicas a estabilização de preços, crescimento ou desenvolvimento econômico, pleno emprego e distribuição de riquezas, por exemplo.

As políticas econômicas podem ser divididas em:

  • política monetária: controle da quantidade de moeda na economia;
  • política fiscal: manter o equilíbrio entre receitas (arrecadações) e gastos públicos;
  • política cambial: administrar as taxas de câmbio.

Um dos economistas mais influentes nas discussões acerca das políticas econômicas foi John Maynard Keynes. Keynes, após passar por e estudar a fundo as causas da crise na grande depressão de 1929 defende em suas obras ações intervencionistas por parte do Estado, com o fim de evitar a ocorrência de novas crises.

Veja na sequência deste artigo como cada uma destas políticas econômicas são aplicadas e como elas podem gerar impactos e resultados na economia do país.

O que é política monetária?

A política monetária refere-se ao controle da quantidade de moeda disponível na economia. A política monetária está fortemente vinculada à inflação – aumento geral dos preços. Mais moeda disponível gera mais inflação.

O controle da taxa básica de juros da economia (no Brasil é a taxa SELIC) pode ser utilizada como forma de retrair (quando é aumentada) ou de incentivar (quando é reduzida) o consumo.

O órgão executor da política monetária no Brasil é o Banco Central do Brasil (BC ou BACEN). Dessa forma, para executar a política monetária o BACEN se utiliza de alguns instrumentos, como compulsório, redesconto e open market, todos descritos em detalhes no vídeo a seguir:

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Como mais moedas disponíveis podem gerar aumento nos preços (inflação)?

Vou explicar com um exemplo.

Inicialmente, imagine que em uma sala de aula cada aluno possui R$ 1.000 reais a sua disposição. O professor, por sua vez, vende cadeiras para os alunos por R$ 100.

Adicionalmente, imagine que todos os alunos, ao mesmo tempo, recebem um aumento de R$ 200 reais na sua quantidade de moedas disponíveis. Como resultado, o professor imediatamente aumentará o preço de venda das cadeiras na mesma proporção, passando a vender o item por R$ 120.

No fim das contas, como consequência, o aumento de quantidade de moeda nas mãos dos alunos não serviu para aumentar a riqueza. Serviu apenas para manter o padrão de compra dos alunos. Garantindo, portanto, que pudessem comprar o mesmo item que já compravam antes, mas sem um aumento real.

O que é política fiscal?

A política fiscal trata da busca de equilíbrio entre receitas e despesas públicas. Ou seja, é uma política econômica que busca um balanço entre as arrecadações do Estado e os gastos públicos. Veja também:

O aumento das receitas públicas normalmente vem via impostos, o que acaba onerando o contribuinte. Por outro lado, o controle das despesas pode ser feito por meio de reformas administrativas, buscando enxugar a máquina pública.

O que é política cambial?

A política cambial refere-se ao o governo buscando evitar variações muito bruscas na taxa de câmbio, que no Brasil é flutuante. Um exemplo é o BACEN comprando e vendendo dólares na busca de controlar a volatilidade da moeda no mercado.

“A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda”. […] (ASSAF NETO, 2007, p. 35).

Assim como nas outras políticas, a política cambial gera impactos em outros fatores macroeconômicos. Sendo assim, uma expansão das exportações pode conduzir a um acréscimo acentuado na quantidade moedas na economia. Isso levando em conta a conversão para moeda local. Consequentemente, há uma pressão na inflação, o que também prejudica o controle dos juros.

Em outras palavras, mudanças na forma de conduzir a política cambial, com o fim de favorecer exportações, por exemplo, no fim do processo pode impactar numa maior inflação.

Conclusões: o que é política econômica?

Finalmente, podemos compreender que política econômica contempla um conjunto de ações, que são inter-relacionadas entre si.

Dessa forma, uma alteração na taxa básica de juros (a SELIC) pelo BACEN, via COPOM (Comitê de Política Monetária), vai gerar impactos na política monetária, mas também pode vir a gerar impactos na taxa de câmbio e na política cambial, por exemplo. E isso tudo também está relacionado à arrecadação do governo, o que é reflexo e foco da política fiscal.

Portanto, as políticas econômicas não podem ser analisadas e pensadas isoladamente, pois geram impactos sistêmicos na macroeconomia.

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