Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM – Business Process Management) é uma disciplina que representa uma nova forma de visualizar as operações de negócio que vai além das estruturas funcionais tradicionais.
Essa visão compreende todo o trabalho executado para entregar o produto ou serviço do processo, independente de quais áreas funcionais ou localizações estejam envolvidas.
BPM não é uma prescrição de estrutura de trabalho, metodologia ou
conjunto de ferramentas. A disciplina de Gerenciamento de Processos (BPM) auxilia no estabelecimento de princípios e práticas que permitem às organizações serem mais eficientes e eficazes na execução de seus processos de negócio.
O Gerenciamento de Processos na Administração Pública
Conforme o Guia de Gestão de Processos de Governo, um processo representa um “conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em serviços/produtos (saídas), sendo realizado para agregar valor”. Outro conceito, também no âmbito do Programa GesPública, diz que um processo é um conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados ao cliente/cidadão.
Embora existam processos executados inteiramente em apenas uma unidade funcional, uma das principais características dos processos é a interfuncionalidade. O Gerenciamento de Processos trata os processos como transversais, transorganizacionais, intervencionais, interdepartamentais ou horizontais. Estes processos são executados de forma transversal à estrutura vertical, típica das organizações que utilizam a estrutura funcional.
Gerenciamento de Processos de Negócio e o guia BPM CBOK
- Visão lógica:
- processo de negócio: representa o processos de negócio primário, de suporte ou de gerenciamento (que será explicado a seguir);
- subprocesso: decomposição do processo de negócio por afinidade, objetivo ou resultado desejado;
- Visão física:
- função de negócio: grupo de atividades e competências especializadas;
- atividade: conjunto de tarefas necessárias para entregar uma parte específica e definível de um produto ou serviço;
- tarefa: decomposição de atividades em um conjunto de passos ou ações para realizar o trabalho em um determinado cenário;
- cenário: modalidade de execução da tarefa;
- passo: ação em nível atômico.
Operações de negócio no BPM CBOK |
Tipos de processos
Processo primário
É um processo tipicamente interfuncional ponta a ponta (e até interorganizacional ponta a ponta) que agrega valor diretamente para o cliente. Processos primários são frequentemente referenciados como processos essenciais ou finalísticos, pois representam as atividades essenciais que uma organização executa para cumprir sua missão. Esses processos constroem a percepção de valor pelo cliente por estarem diretamente relacionados à experiência de consumo do produto ou serviço.
Processo de suporte
Existe para prover suporte a processos primários, mas também pode prover suporte a outros processos de suporte (processos de suporte de segundo nível, terceiro nível e sucessivos) ou processos de gerenciamento. A diferença principal entre os processos primários e os de suporte é que processos de suporte entregam valor para outros processos e não diretamente para os clientes. São em sua maior parte associados às áreas funcionais, embora não haja impedimento para que sejam interfuncionais.
Processo de gerenciamento
Tem o propósito de para medir, monitorar, controlar atividades e administrar o presente e o futuro do negócio. Processos de gerenciamento, assim como os processos de suporte, não agregam valor diretamente para os clientes, mas são necessários para assegurar que a organização opere de acordo com seus objetivos e metas de desempenho. Podem estar associados a áreas funcionais ou serem intervencionais.
Considerações: processo versus função
O gerenciamento de processos de negócio (BPM) se refere a uma visão mais ampla do que a tradicional visão funcional. No BPM o processo é posicionado como a pedra angular da estruturação organizacional. Embora a estruturação funcional continue válida, pois a especialização leva à produtividade, a geração de valor passa a ser gerenciada horizontalmente em uma visão notadamente interfuncional. As funções se tornam “centros de serviço” regulados.